A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM) é um dos marcos históricos mais importantes de Porto Velho e de toda a Amazônia. Construída no início do século XX, sua construção foi um dos desafios mais árduos da engenharia ferroviária mundial, cercada por doenças tropicais, dificuldades logísticas e o sacrifício de milhares de trabalhadores.
📜 A Origem da Ferrovia
A ferrovia foi projetada para ligar Porto Velho a Guajará-Mirim, facilitando o transporte de borracha da Bolívia e do Acre até os grandes centros comerciais do Brasil. Sua construção foi resultado do Tratado de Petrópolis (1903), no qual o Brasil adquiriu o território do Acre da Bolívia e se comprometeu a viabilizar uma rota de escoamento para a produção boliviana.
As primeiras tentativas de construção da ferrovia começaram ainda no século XIX, mas todas fracassaram devido às condições extremas da floresta Amazônica. Somente em 1907, com a chegada dos engenheiros norte-americanos da empresa P. & T. Collins, a obra teve um novo impulso.
⚒️ O Desafio da Construção
Construída entre 1907 e 1912, a Madeira-Mamoré ficou conhecida como a "Ferrovia do Diabo", devido às péssimas condições de trabalho e ao grande número de mortes causadas por doenças como malária, febre amarela e acidentes. Estima-se que milhares de operários tenham perdido a vida durante a construção, muitos deles enterrados ao longo dos trilhos.
A obra foi concluída em 1º de agosto de 1912, e a ferrovia operou ativamente até meados da década de 1970.
📉 O Declínio e o Patrimônio Histórico
Com a decadência do ciclo da borracha e a construção de rodovias na região, a ferrovia perdeu sua importância econômica e foi desativada oficialmente em 1972. Atualmente, a EFMM é um patrimônio histórico e cultural de Porto Velho, com partes restauradas para turismo e preservação da memória ferroviária.
📌 Curiosidade: Você sabia que os vagões e locomotivas da Madeira-Mamoré foram importados dos Estados Unidos e da Europa? Algumas dessas peças ainda podem ser vistas no complexo ferroviário de Porto Velho.
Mesmo desativada, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré segue como um símbolo da resistência e da história da Amazônia, mantendo viva a memória de um dos projetos mais ousados do século XX.
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